cdh do senado debateu o déficit do fundo de pensão dos funcionários dos correios, postalis
- agosto 7, 2018
- Postado por: annec
- Categorias: Congresso Nacional, News

Em audiência pública convocada pelo Senador Paulo Paim (PT/RS), através da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, debateu o déficit de cerca de R$ 16 bilhões do fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o Postalis.
Através de uma ação civil pública, impetrada pelo Ministério Público Federal (MPF), com a anuência do Postalis e da Previc cobra do banco BNY Mellon a recuperação de mais de R$ 8 bilhões. O MPF solicita que o banco recompre as cotas de investimento do Postalis pelos mesmos valores informados pelo próprio BNY Mellon e indenize os valores relativos às taxas de administração que o Postalis pagou ao banco de forma indevida.
O MPF também requer ressarcimento por danos morais e afirma que a má gestão do BNY Mellon no Postalis gerou prejuízo aos 130 mil participantes do fundo que está sob intervenção desde outubro de 2017.
O Presidente da AACB Jailson Pereira apela ao Senado Federal por uma CPI para o Postalis
Jailson Pereira apelou ao Senado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI, para averiguar irregularidades e má gestão dos investimentos do Postalis, além de requerer dos seus devedores o ressarcimento devido.
Para Jailson, é nosso dever cuidar dos aposentados e zelar pelos jovens e trabalhadores. Enfatizou que precisamos estar unidos em prol de uma causa que é humanitária.
A seguir, transcrevemos a fala do Presidente da AACB.
“Presidente da Mesa, Senador Paulo Paim,
Excelentíssima Senadora Regina Sousa,
Todas as autoridades aqui presentes,
Eu vim fazer um apelo ao Senado Federal para que haja, de fato, um investimento em relação às ações do Postalis nos Estados Unidos, para que se possa recuperar, além do BNY Mellon, algo em torno de 8 bilhões de reais que são devidos ao Postalis. Isso, de fato, já sanearia o fundo de pensão.
Além da questão dos débitos dos Correios em relação ao RTS, um apelo que eu faço também é por uma CPI – uma apuração profunda, técnica e minuciosa – dos atos administrativos que ocorreram ali no instituto, de maneira que se possa verificar as responsabilidades, de forma a coibir futuras ações de má gestão.
Quanto a isso, também é importante frisar o papel do Ministério Público. O Ministério Público precisa tomar as rédeas da situação e verificar as denúncias, verificar inclusive o relatório da CPMI que já foi feito, relativo aos fundos de pensão. E aqui, nessa audiência especificamente, nós pedimos um enfoque sobre o Postalis.
Eu quero lembrar a toda a sociedade brasileira que os fundos de pensão são os nossos aposentados, os nossos avós, os nossos pais, as famílias brasileiras. Nós estamos falando aqui apenas da questão dos Correios, dos empregados dos Correios, mas, enquanto sociedade organizada, precisamos sim cuidar dos nossos aposentados, cuidar dos nossos idosos.
Porque, depois de trabalhar 40, 50 anos, você ficar sem a sua aposentadoria é desesperador. É desesperador! E ainda mais com essa reforma trabalhista, reforma previdenciária, que visa impedir os nossos direitos, literalmente.
Nós precisamos estar unidos, dar as mãos. Não é uma questão partidária, não é uma questão de ideologia – é uma questão humanitária. Porque quando é que vamos fazer alguma coisa? Quando os nossos idosos estiverem mendigando nas esquinas? Quando os nossos jovens estiverem desesperados? Quando a sociedade não tiver mais saída? Quando os nossos trabalhadores estiverem desempregados e o país em caos?
Eu faço esse apelo a esta casa, ao Senado Federal: por uma CPI, uma comissão parlamentar exclusiva para o Postalis, e que se foquem os holofotes, de fato, em quem deve – o BNY Mellon, 8 bilhões de reais – e os Correios, a nossa empresa, que deve fazer os repasses administrativos da ordem de 2 bilhões de reais.
Agradeço. Bom dia a todos. Que Deus os abençoe.”
Interventor não é dono do Postalis, sentencia sindicalista
Já o dirigente sindical Marcos Sant’aguida conclamou que o Senado ajude a melhorar a postura do interventor e lembrou que, ao contrário do que Walter Parente acredita, ele não é dono do Postalis. “Os donos do Postalis são os participantes do fundo de pensão, é o carteiro que anda com a mochila nas costas, no sol ou na chuva e no final das contas só lhe é descontado no contracheque valores altíssimos”, sentenciou. Sant’aguida defende que os trabalhadores precisam ter como retorno um tratamento digno.
O dirigente sindical registrou que o objetivo da representação dos trabalhadores não é criar desgastes, mas participar efetivamente com opiniões e não apenas com a participação financeira descontada no contracheque da categoria. “A redução das cotas do Postalis virou um inferno para os ecetistas, que além disso sofrem um ataque no seu plano de saúde, arrochando ainda mais os já minguados salários”, disse.
Assessoria de Imprensa da annec.